sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Calma aí oh Karma!






Eu acredito no Karma, sobretudo no meu. No dos outros, até posso desconfiar da sua efectividade, mas comigo o gajo raramente falha.

Fomos dar a nossa volta diária de bicicleta, antes do jantar. Estava tudo a correr bem, até que passam por nós dois estereótipos de adolescentes totós (pitas...), com aquela fala irritante e com os meneios de quem está permanentemente a ser filmado. Ora, Estudante, como boca grande que é, não conseguiu evitar olhar para o lado no intento de formular um comentário mais jocoso com a sua irmã acerca do que acabara de ver. Porém, a boca fechou-se-lhe imediatamente de encontro a uma árvore. 

É isso mesmo. Fui de encontro a uma árvore porque estava pronta a gozar com duas moçoilas que passaram por mim e agora cheiro um bocado a resina...

Mas penso que podemos tirar uma conclusão muito válida de todo este episódio: não gozem com ninguém se estiverem perto de uma árvore.



Inté*

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Comodismo

A poucos dias do início do meu último ano como estudante universitária (o início do fim, como alguém disse), não consigo evitar os assaltos de reflexões manhosas que me vêm à mente (chatas pah...). Para começar, custa-me a crer que estes cinco anos tenham passado tão rápido e eu esteja exactamente na mesma. Não compreendo porque é que temos a ilusão de que com o passar do tempo nos vamos tornar pessoas completamente diferentes. Eu continuo igual à caloira que entrou em 2008. Até certo ponto, isso não me parece mal, contudo, por outro lado, espero verdadeiramente que uma eventual mudança que possa ter ocorrido em mim acarrete também uma certa amnésia, e que seja essa a verdadeira razão pela qual eu não me recordo de ser diferente... tenho um pensamento dicotómico, eu sei.

Uma coisa mudou. E agora que me vou dando conta disso, não posso deixar de sentir uma certa inquietação. Já vos falei aqui muitas vezes do meu desejo de ser Pediatra; foi esse desejo aliás, que me levou a candidatar-me a Medicina. Porém, com a passagem por outras especialidades, a verdade é que tudo se revelou como algo tão mais amplo e variado!... um mundo inteiro e aliciante por descobrir. A certeza de que me tornaria Pediatra e que me acompanhou até há bem pouco tempo, diluiu-se na descoberta de novas especialidades. Se por um lado, me parece saudável a receptividade a novas opções por outro lado, a perda do caminho tão bem delineado que eu traçara em 2008 não deixa de ser algo perturbadora.

A vida é tão tramada! Quanto mais certeza se tem de uma coisa, mais ela faz por nos trocar as voltas. É por isso que eu acho que ela é uma senhora cheia de sentido de humor. Mas mudar pressupõe sair da nossa zona de conforto, que é aquilo que muitas vezes não nos dispomos fazer. Quantas vezes não nos deixamos ir ao sabor da maré só por preguiça de encarar alguma coisa ou alguém. Noto não raramente, que as pessoas deixam que "a vida as viva" nas relações que têm umas com os outras; não se diz aquilo que se sente, não se faz aquilo que se pensa ser correcto fazer porque tudo isso pressupõe uma saída de algo que já foi estipulado, que se tornou automatizado, algo a que nos moldámos... Soltar as amarras pode ser mais desconfortável do que se tornar livre; mas no final não há preço que pague essa liberdade.


Inté*

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Conselho de Amiga Estudante!

Queridas senhoras que trabalham nos mais diversos departamentos da minha Universidade,

Acredito que o vosso sorriso seja lindo, embora eu nunca o tenha visto. Percebo que atravessamos tempos muito difíceis e que a vontade de mostrar os dentes não seja tão grande como outrora, mas acontece que eu já lido convosco há muitos anos para saber que não foram os sacrifícios impostos pelo Estado que vos apagaram a alegria de viver.

Lamento muito os traumas que sofreram na infância ou outros equivalentes, que vos influenciaram tanto a forma como me falam hoje em dia, sempre com um ar ameaçado e de quem está pronto a atirar-me duas pedras à cabeça. Eu não vos quero mal nenhum e, geralmente, não levo a Kalashnikov comigo quando vos vou pedir um carimbo ou uma declaração. Por isso, não tenham medo. Eu não sou agressiva e não mordo, podem baixar as defesas.

Se por outro lado, essa falta de simpatia e cordialidade for uma tentativa de evitar as rugas que teimam em aparecer nas pessoas que sorriem muito, desistam! Estar de trombas também faz rugas, sobretudo quando passam muitas horas do vosso dia com o sobreolho franzido.

Não têm nada que agradecer.



Inté*

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Pó de Arroz

Assinalou-se ontem o 25º aniversário da morte de Carlos Paião.

É um dos meus artistas preferidos, não pela voz propriamente dita, mas pela forma como escrevia. Tinha um enorme sentido de humor e além disso, era um grande conhecedor das expressões populares portuguesas, que tantas vezes incluía nas suas canções. É uma pena pensar que, se não fosse um estúpido acidente, poderíamos ainda hoje ter o prazer das suas letras, sempre tão subtis e tão cheias de significado.

Interrogo-me como um mesmo país pode criar artistas do calibre deste senhor e simultaneamente, ser terreno demasiado fértil para bandas que nem dignas são desse nome, criadoras de música puramente comercial, sem sentido nenhum - material para encher programas televisivos durante as tardes de Verão.


  Os Namorados


Marcha do Pião das Nicas 

Vinho do Porto


O Senhor Extraterrestre - interpretado por Amália Rodrigues


Eu Não Sou Poeta


Ga-Gago



Afinal, os médicos também morrem.


Inté*


domingo, 25 de agosto de 2013

Aproveitar enquanto dura...

Estou a regozijar-me com o primeiro lugar do Sporting.

O problema é o Campeonato ser tão longo, só isso.




Inté*

sábado, 24 de agosto de 2013

PARABÉNS Avó!


A Avó é uma pessoa muito peculiar e já vos tenho falado dela muitas vezes. É a minha única Avó, mas preenche tão plenamente o lugar que lhe foi reservado que, na verdade, é como se tivesse as duas (ou mais...).

A Avó é uma avó típica: baixinha, de óculos, adora ver-nos comer, está sempre preocupada connosco, acha-nos as melhores netinhas do mundo, gaba-nos a toda a gente... enfim. Mesmo à Avó.

Consta que esta senhora que hoje cumpre 67 anos, nos seus tempos de juventude, era uma mocinha muito bonita (continuas linda Avó, sim?). Muito magrinha, de olhos azuis e cabelo preto chamava a atenção dos rapazinhos cá do sítio. Mas o Avô era uma concorrência desleal: muito alto e encorpado, com fama de resolver os desentendimentos com uma boa cabeçada, deitou por terra os sonhos dos restantes e conquistou a Avó com umas cartinhas muito românticas que eu já tive oportunidade de ler e bolachinhas de baunilha (mais uma vez, aqui está a prova de que a comida sempre desempenhou um papel de destaque na nossa família).

A Avó tem esse estranho costume de considerar que o amor que nos tem é proporcional à quantidade de calorias que nos quer fazer ingerir (e se ela gosta de nós!...), mas eu gosto dela assim, com os olhinhos azuis pequeninos sempre atentos às suas crias.

E agora, com licença que eu tenho um almoço de aniversário para preparar!



Inté* 


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quarta-feira

É Sexta-feira, eu sei. Foi só para ser diferente porque, geralmente, a Sexta-feira tem sempre um grande destaque no mundo blogueiro e a mim apeteceu-me contrariar a tendência, apesar do risco da atribuição de um rótulo de senilidade.
A bem dizer, nas férias é-me indiferente que seja Segunda ou Sábado e, portanto, a alegria que normalmente se apodera de mim durante as Sextas-feiras do ano esmorece um pouquinho agora durante o Verão. A verdade é que esta é a penúltima Sexta-feira em que isso acontece porque, dentro em breve, vai começar aquele que é considerado o pior ano do meu curso (dizem...).

Animador, não acham? O pobre tem tão má fama que às vezes tenho a sensação de que me condenaram à forca... Contudo, talvez não seja má ideia pensar assim. Vamos manter as expectativas o mais baixo possível, vamos pensar que vai ser péssimo para depois termos o prazer de descobrir que afinal não é bem assim.

Enfim... conversas de quem já vê o rabo perto da seringa.



Inté*

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

привет*

Só porque os russos representam a segunda nacionalidade que mais visita este blogue.


Inté


*привет = "olá" em russo... segundo o Google.

Às 22.30...

Ontem capotou um carro mesmo em frente à nossa casa. Questionei-me quantas corujas aqui do sítio não pagariam para que isso acontecesse à sua porta. Mas não; veio logo acontecer aqui, numa das ruas mais calmas que vocês possam imaginar. Contudo, isso não impediu que passado pouco tempo a rua estivesse plena daquilo a que eu carinhosamente apelido de abutres - não fazem absolutamente nada para ajudar e vibram com a desgraça alheia.

Fui tentar perceber se era precisa ajuda. Uma meia dúzia de homens já estava no local e queriam a todo o custo retirar o condutor do carro. Não imaginam a trabalheira que foi convencê-los de que não é correcto retirar assim as pessoas sem protecção nenhuma (a minha tenra idade associada ao machismo desta gente também não me facilitaram a tarefa... uma mulher a dar ordens a machos? Nãã...). Mas lá os dissuadi de tamanha asneira.

Sabem, a ânsia de virar o carro e a vontade de desencarcerar a vítima eram tão grandes, que ninguém se lembrava de conversar com a pessoa que estava presa lá dentro. Não se devem deixar as pessoas sozinhas. Se pudermos evitar que entrem em pânico e que se sintam abandonadas, tanto melhor. Não são precisas grandes conversas, nem temas muito elaborados... é só preciso mostrar-lhes que está ali alguém que as quer ajudar e que não vai embora até que tudo esteja resolvido.

Há pessoas que têm um verdadeiro dom para acalmar os outros. Falam-nos e parece que nada pode correr mal. A Manhê era assim comigo e com a mana. Podíamos estar cheias de dores ou todas ensaguentadas das quedas aparatosas que às vezes dávamos, mas a Mãe nunca entrava em pânico e conseguia sempre evitar que nós entrássemos também. É por isso que eu sei que a companhia de outra pessoa e umas palavras apaziguadoras podem fazer a diferença.


Inté*

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Esféricos (mais ou menos...)

Quando o Avô era pequenino, não havia dinheiro para bolas de futebol. Quando ganhava uns tostõezinhos, gastava-os em estalinhos que deitava nas ruas com os amiguinhos cá do sítio e, algumas vezes, também fazia pontaria às janelas (uma história que merece um post!...).

Mas, voltando ao futebol, não era por falta de bola que a rapaziada deixava de brincar. Não havendo bola de plástico ou de borracha, a solução estava no talho que na altura existia junto da Igreja. A bexiguinha do porco, bem lavada (às vezes...) e insuflada, provou ser uma boa substituta para quem não podia ter uma bola de verdade. Diz o Avô que eram bastante resistentes e não constituíam qualquer entrave às brincadeiras dos mais pequenos! Não havia cá melindrices relativamente à matéria prima do tão desejado objecto.

Mas não se choquem as almas mais sensíveis; havia quem usasse materiais muito menos ortodoxos. Ora, consta que um neto do coveiro conseguia "bolas" muito mais originais. Parece que, na ausência de alguém que reclamasse as ossadas, um crânio esquecido colmatava a falha do esférico...


Inté*

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Où est-il?

O que é que estão a achar do Verão mais frio dos últimos anos? 

Maya, foste promovida a meteorologista.



Inté*

sábado, 17 de agosto de 2013

Fogo Negro

Eram duas da manhã quando me levantei. Uma ventania imensa lá fora e um cheiro forte a fumo. Os incêndios são tantos nesta zona que até cinza nos cai no terraço. O céu também já perdeu o azul intenso, e é agora de um cinzento triste e pesado. O fogo tem esta característica de negligenciar a paleta da paisagem e por onde passa, deixa um imenso rasto negro, árvores despidas e negras outra vez - corpos vergados perante a força imponente do calor e das chamas.

Uns dias mais tarde, vencido o fogo, tudo é carvão e cinza. A punição daqueles que provocam esta catástrofe não devolve o verde, nem o azul, nem as vidas que se perdem, mas evitava a história que todos os anos se repete, uma e outra vez.



Inté*



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Descubra as diferenças...

.. entre o Botox:



... e o angioedema:






Inté*

Refeições em famelga!



Em casa da Avó, as refeições são muito peculiares. Começando pelas quantidades exorbitantes de comida que a Avó cozinha e terminando no facto de que existe uma surdez selectiva para a frase "já chega", garanto-vos que este acontecimento familiar é digno de um estudo mais aprofundado e quiçá, de um episódio na National Geographic.

A Avó é uma avó à antiga. Estamos sempre todos muito magrinhos e subnutridos e não há maior alegria que lhe possamos dar do que quando nos vê comer. Claro que nunca comemos o suficiente; Avó defende que podemos ingerir tudo o que tiver um tamanho menor ou igual ao nosso, como se fôssemos revestidos interiormente por um enorme estômago que começa na cabeça e termina nos pés...

Outro facto curioso é que é aconselhável dizermos "já está bom" antes mesmo de a Avó começar a servir o prato, porque depois de um "já chega" vem sempre mais uma colherada ou duas. Há que ser precavido.

Verdade seja dita que a Avó cozinha muito bem. Às vezes, até preferia que ela não tivesse tanto jeitinho, mas esta senhora não desilude!



Inté*

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Até já M.!

O meu coração hoje está um pouquinho mais pequeno.

E ainda assim, tão apertadinho...



Inté*

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Coisinhas boas...

Ora aqui têm o que eu mais gosto da Serra: os cães. Digam lá se um Serra da Estrela não era o cão indicado para servir o propósito de que vos falei aqui.

Só lamento que os vendam tão pequeninos... é um erro tirarem-nos tão cedo dos cuidados da mamã.




Está tanto calor! Nem mesmo em altitude as altas temperaturas dão tréguas... desconfio que hoje é dia de dormir ao relento.


Inté*

terça-feira, 13 de agosto de 2013

"Noite"

Foi na semana passada que li o meu primeiro livro desde que estou de férias. Shame on me. O meu ritmo de leitura já não é o que era; férias eram sempre sinónimo de longas horas de leitura mas, infelizmente, neste Verão as leituras têm sido outras e não tenho conseguido ler os livros que queria...

O livro que li chama-se "Noite" de Elie Wiesel e é a história de um sobrevivente Judeu durante a Segunda Guerra Mundial. O testemunho é impressionante, como todos os relatos do género são... e muito pesado também. Não foi o primeiro livro que li acerca desta temática e, ainda assim, acho que continua a haver algo em mim que não consegue acreditar na atrocidade deste capítulo da nossa história. Não que eu não saiba da veracidade dos factos, mas parece-me que há coisas que apenas quando vividas podem ser tidas como reais e, por esse prisma, espero manter-me sempre um pouco descrente. O que me parece completamente ridículo, são os indivíduos que querem a todo o custo negar o extermínio ocorrido durante a II WW por duas razões:

- a primeira, prende-se com o facto de que, negando um acontecimento, eliminamos a única coisa boa que ainda se poderia sorver a partir dele, que é a capacidade de aprendermos com os nossos erros;

- a segunda, tem a ver com os sobreviventes. Pessoas que perderam tudo, que sofreram aquilo que eu espero nunca saber quantificar, têm direito pelo menos, a que não lhe neguem as memórias, por muito más que estas possam ser. Têm direito à sua credibilidade e a saber o porquê de terem ficado sozinhos.





Inté*

Ensino Universitário para Totós

Não sei se já conhecem o blogue "Ensino Universitário para Totós" (aqui). Este espaço tem como objectivo orientar os novos estudantes universitários no vasto mundo da vida académica e aborda assuntos tão variados como médias, alojamento, etc.

Porém, a autora do blogue teve a excelente de ideia de criar uma rubrica intitulada "Entrevista com o Universitário", dando voz a quem já se encontra inserido no meio académico e permitindo a divulgação de experiências na primeira pessoa, sem os formalismos típicos que encontramos nos sites das diferentes Faculdades. Quem melhor do que um estudante para dar conhecer a vida na Universidade?

Eu tive a honra de ser a primeira entrevistada e podem ver as minhas respostas aqui: http://ensinosuperiorparatotos.blogspot.pt/2013/08/entrevista-com-o-universitario-medicina.html

Infelizmente, por uma questão de logística, não foi possível falar de várias outras coisas como o Traje (e tanto orgulho que eu tenho no nosso Traje!) e nas Tunas, que são na minha opinião a encarnação do verdadeiro espírito académico!


E vocês? Lembram-se como foram os vossos primeiros dias na faculdade?



Inté*

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Praia em chinês

Esta é uma praia na China. Desconfio que, com tanta falta de espaço, no final do dia sai de lá o dobro da chinesada..





Inté*

Os contornos das coisas...


... são a preto.







Inté*

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pruridos existenciais...

O Mundo é um lugar estranho sobretudo porque tem pessoas, e há imensas coisas que, embora não me executem um grande número de células neuronais, me intrigam medianamente, vá. Passo a citar, caso alguma alma iluminada me possa fornecer algum esclarecimento:

- pessoas que fazem Like nas suas próprias publicações no Facebook (é para não ficarem a zeros?...)

- pessoas que passam concertos inteiros a colocar fotografias do mesmo no Facebook (minha gente, quando estou num concerto, nem me lembro que tenho telemóvel, a menos que aquilo esteja a ser uma bruta de uma seca. Há tempo para meterem pirraça aos vossos amigoss, não se apressem e aproveitem os 50 euros que pagaram.)

- anúncios publicitários de pasta de dentes em que a actriz está nua (eu pessoalmente, só uso a pasta dos dentes na boca, mas acredito que este tipo de publicidade possa induzir alguns cidadãos em erro, e levá-los a usar a pasta em outros locais... E já agora, porque é que na televisão aquilo nunca faz espuma e em casa fico com espuma até aos cotovelos?)

- angariação barata de leitores/seguidores com comentários copypaste e outros que tais (queridos e queridas, há vida lá fora para além do blogue! Essa forma desesperada de conseguir que alguém vos leia só tem razão de existir se o vosso cantinho for de muito baixa qualidade... e isso não é verdade, right? Evitem essas manobras; pelo menos para mim são a melhor maneira de eu nunca vos fazer uma visita.)

- aberturas fáceis que não abrem (este é um assunto antigo, já aqui debatido mas a verdade é que continua tudo na mesma e eu continuo a partir unhas e pontas de facas em certas embalagens.)

- melgas... qual a verdadeira utilidade deste bicho no Mundo? (estou a falar de insectos mas talvez a questão possa abranger diferentes tipos de melgas.)

- quando é que inventam o chocolate zero calorias?? (reuniram todos os esforços na criação da Coca-Cola Zero, que eu nem bebo e deixaram-me assim... sem um consolo. PÁRIAS!)



Inté*

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Verdades irrevogáveis

Para as duas meninas que se aventuraram numa ida nocturna ao cemitério (ver aqui e aqui), só vos queria dizer uma coisa:

O terror de um cemitério não é quando se entra, é quando já não se sai.



Inté*

Ilustrações

Há em nós uma sucessão de eventos que nos torna cada vez menos dependentes de imagens e cada vez mais dependentes de palavras. À medida que crescemos, deixamos de nos prender às ilustrações dos livros, às cores coloridas, aos desenho animados, para nos tornarmos mais livres, mais capazes de ver sem ter visto, mais capazes de imaginar aquilo que não vemos.

Não sei se a ciência explica este processo evolutivo que nos vai moldando em torno de um sentido que não vê e não se vê, que nos permite observar aquilo que na verdade não pode ser visto. Nem sei se isso terá um nome, sequer... 

Interessante seria evoluirmos com as pessoas da mesma forma que evoluímos com os livros; deixarmos que o conteúdo nos conquiste mais do que a capa, que aquilo que é escrito seja mais importante do que aquilo que vemos. Porque, no final de contas, os grandes livros nem sequer têm ilustrações...

Talvez esse outro sentido, essa "visão" que na realidade vê mais do que aquilo que se olha, implique uma maturidade maior, mais difícil de conquistar do que aquela que vem depois dos livros infantis.



Inté*

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Pessoas não humanas

A Índia declarou os golfinhos como "pessoas não humanas", com o intuito de proibir a sua manutenção em cativeiros, bem como a utilização desta espécie em espectáculos de entretenimento (aqui).

Eu já tive oportunidade de me cruzar com pessoas não humanas... mas não eram golfinhos.



Inté*

Heranças...

... genéticas, meus amigos. Uma pessoa nasce fruto de uma combinação completamente aleatória de genes e quem sabe, outras coisas mais, e sujeita-se àquilo que a natureza achou por bem ofertar. Não há possibilidade de reclamação, não há possibilidade de troca. Aquilo que o óvulo e o espermatozóide resolveram trazer é que fica e fim de conversa.

Ora, já muitas vezes cá em casa tenho demonstrado à Manhê o meu desagrado com certas heranças que me foram atribuídas e com outras que eu gostava de ter tido e não tive. Manhê assiste à minha dissertação impávida e serena e ignora as minhas queixas com uma falsa aceitação (já sabem que para as mães não há nada mais perfeitinho do que os seus rebentos), só para me fazer a vontade. Embora tenha nascido gémea com outra menina, a verdade é que das duas, sou a que mais se parece com a Manhê, sobretudo em termos de feitio...

Uma das heranças maternas que eu dispensava perfeitamente devido aos seus malefícios ponderais, é uma paixão assolapada por... figos! Para mim todos os figos são bons; figos de todas as cores, de todos os tamanhos e feitios. Se são figos maduros, bring it on!

São heranças do caraças...



Inté*

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Abbraccio

A propósito desta imagem, lembrei-me daqueles abracinhos que os mais pequenitos nos dão. Lá vêm a correr, meio trôpegos, embriagados com os poucos anos de juventude, para depois nos caírem no colo, com os bracinhos apertados em volta do nosso pescoço, as mãozinhas pequenas a esforçarem-se por se manterem unidas e o corpo seguro nas pontinhas dos pés.

Pequenas cabeças inconscientes da inexistência de uma relação directa entre o carinho e o aperto, ali ficam num abraço pequenino de um amor sem medida.


Inté*

Avecs porr toude o lade

Agosto é, inevitavelmente, o mês dos avecs. Este estatuto, ganho por volta dos anos '70 não parece correr o risco de extinção e, dado o nosso panorama económico, está de óptima saúde e recomenda-se.

Aqui na região, família que se preze, tem pelo menos um avec ou dois. Eu tenho mais. Alguns já regressaram e já se fixaram definitivamente na sua cidade de origem, outros ainda vão e vêm todos os anos agora por esta altura. Daí que, todas as minhas alusões aos emigrantes portugueses não sejam mais do que uma caricatura (que às vezes subestima o comportamento de alguns, verdade seja dita...) daqueles que para mim sempre fizeram parte dos meus Verões.

Talvez agora o contraste entre aqueles que aqui estão permanentemente e os portugueses intermitentes seja menor. Mas quando Manhê era pequena, e sobretudo nesta região do Interior, avecs pareciam vindos de uma outra galáxia, com os seus grandes carros, elas muito bem vestidas e maquilhadas, conhecedoras de coisas que aqui nem se ouviam falar... enfim, um fenómeno. Traziam brinquedos e chocolates que faziam a alegria dos mais pequenos e a inexistência de meios de comunicação como aqueles que conhecemos hoje em dia, fazia da chegada dos "tios de França" o acontecimento do ano.

Agora, embora a internet vá mitigando mais a saudade, continua a ser bom tê-los de volta, sobretudo aqueles que nos visitam apenas uma vez por ano. E o principal impacto da chegada dos avecs já não é aquele que era... agora nota-se mais que estamos em Agosto porque esgotam os produtos dos Supermercados.

Txiii... que exagero Estudante! Pronto, está bem. É mais no Intermarché.



Inté*

domingo, 4 de agosto de 2013

Quando a sorte nos bate à porta...

Não tenho sorte no jogo e o dinheiro não quer nada comigo. A única vez que encontrei algum dinheiro no chão, foi uma velhinha moeda de cem escudos, onde Pedro Nunes luzia a sua esbelta figura, que dois minutos depois acabou nas mãos de um ceguinho que se encontrava um pouco mais à frente. Pareceu-me aquilo uma espécie de teste divino - deparar-me ali com a moeda e o pobrezinho tão próximos um do outro não podia ser coincidência e eu não quis desiludir o Senhor.

Porém, no meio de tanto azar, a verdade é que nas quermesses aqui da terrinha, Estudante triunfa sempre com o primeiro prémio. Já cá canta uma bicicleta e uma aparelhagem. Acontece que, não havendo bela sem senão, Manhê e Beau-père fazem parte da organização das festas e o povo começou a desconfiar da minha sorte. Sim, porque quermesses são um assunto muito sério e merecem longas horas de reflexão por parte de toda a gente. Então, Estudante deixou de comprar rifinhas...

Hoje há quermesse outra vez... quem sabe se não me estreio novamente nos primeiros prémios?



Inté*

sábado, 3 de agosto de 2013

Redundâncias

Estava a ver as etiquetas que utilizo aqui no blogue e notei que algumas são um pouco redundantes... Sobretudo as "animais" e "política"; não sei se vale a pena aplicar ambas, talvez uma delas chegasse.

Mas enfim, não vamos ofender os animais.



Inté*

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Púcaros!!!

Todos os anos no primeiro Domingo de Agosto, é organizada aqui na terrinha a Corrida dos Púcaros. Este é o púcaro: 



Os púcaros são cheios pelas pessoas com doces, enlatados, farinha, enchidos, água... e cobrinhas também. Depois, são pendurados e o objectivo é serem picados com o auxílio de uma estaca por alguém montado a cavalo ou num burrinho. Quem pica o púcaro, fica com ele e com o recheio, evidentemente. Antigamente, a corrida ocupava uma grande extensão da aldeia, com imensos púcaros suspensos pelas ruas. Agora, é montada uma estrutura num recinto mais pequeno onde são colocados estes potinhos.

Conta o Avô que na altura em que ele ainda se metia nestas aventuras, decidiu participar na corrida. Como devem calcular, os participantes deveriam deslocar-se a uma velocidade considerável, caso contrário, seria muito fácil picar os púcaros. Assim, os animais eram "atiçados" pelos responsáveis da festa e... boa sorte ao concorrente. Acontece que no dia em que o Avô quis participar, um dos concorrentes parecia ser beneficiado em relação aos restantes, pois o burro que montava não era estimulado a correr e o senhor abarbatava-se com os púcaros todos. O Avô, que via a sua égua branca a correr desenfreadamente por conta dos responsáveis da corrida, perdeu a paciência e exigiu que não lhe picassem mais o bichano. Mas tal não aconteceu.

Ora, só quem não conhece o Avô é que não lhe faz caso, porque a verdade é que este senhor nunca foi homem de meias medidas! Resultou que se zangou mesmo a sério e depois de umas palavras mais feias, conseguiu percorrer as ruas com a velocidade a que bem entendeu, virou a estaca ao contrário (a parte que deve picar os púcaros é mais afiada), e partiu os potes todos à paulada. Aquilo gerou uma imensa confusão e parece que os organizadores não ficaram muito contentes porque no ano seguinte, não houve corrida dos púcaros para ninguém.

***

Todos os anos tenho pintado um púcaro. Eu sou uma péssima fotógrafa, vocês já sabem, mas o deste ano ficou assim:





Estive quase para pintar um bigode às senhoras, para conferir uma maior veracidade aos meus Saloinhos mas depois desisti...



Inté*