domingo, 26 de janeiro de 2014

Uma sociedade de manada e histeria...

Ora aqui está uma opinião que vale a pena ler (a única que, entre tantas outras, eu acho que vale mesmo a pena...):

"Eu não sei o que se passou na praia do Meco há 40 dias, mas devo ser um dos poucos cidadãos portugueses que o afirma sem reservas. Eu não sei se as praxes tiveram alguma coisa a ver com a morte de seis jovens universitários, mas muita gente à minha volta parece saber. Comentadores insuspeitos de arroubos mediáticos como Pacheco Pereira ou Vasco Pulido Valente discorreram sobre as praxes com se elas fossem o caminho direto para a degradação da juventude. E eu, uma vez mais, não sei se serão.

Sei que há praxes violentas e praxes engraçadas. Sei que há praxes humilhantes e praxes apenas risíveis. Sei, sobretudo, que no mundo esterilizado e assético a que a maioria parece aspirar, não há lugar para a folia, para o exagero, para a caricatura, para a troça. As praxes também são isto, como o Carnaval (festa que não é da minha simpatia) também é. Como na Idade Média mais funda, hoje o riso parece voltar a ser subversivo.

Eu nunca participei numa praxe nem nunca usei capa e batina, porque isso eram coisas de Coimbra. Em Lisboa, na Universidade de Lisboa, nada disso existia no meu tempo. Porém, a praxe e a capa e batina em Coimbra têm uma história que quem lá andou conhece melhor do que eu. A capa destinava-se a ocultar a proveniência regional e diferenças classistas entre os estudantes. A praxe era uma espécie de iniciação integradora dos mais novos (recém-chegados) pelos mais velhos. 

Nada disto tem alguma coisa de mal. Há praxes militares; há praxes em clubes e associações e nas mais diversas profissões. Havia praxes nas redações de jornais. O mal foi a boçalidade que certas faculdades e Universidades permitiram. Ontem, o ex-diretor da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto e ex-presidente da ERC, Azeredo Lopes, escreveu no Facebook que aplicara restrições às praxes de tal forma que qualquer abuso das regras resultava em expulsão. Fez bem. É exatamente isto, e não as praxes em si, que se deve combater.

Mas nesta sociedade de manada e histeria (em certo sentido todas as manadas são histéricas e todas as histerias funcionam em manada) confunde-se tudo. Reparemos no tanto que já foi escrito e dito sobre o assunto; quase não há lugar para dúvidas. Desconfiava-se de um rapaz de quem se dizia que tinha amnésia e seria o Dux Veteranorum das praxes. Afinal, revela ontem a edição semanal do Expresso, esse mesmo rapaz foi salvo pela Polícia Marítima num estado de pré-afogamento. Afinal não tem amnésia nenhuma e fontes da PJ (o processo já está no célebre segredo de justiça de forma a se poderem dizer as maiores enormidades sem contraditório) dizem que será chamado em breve à investigação. A PGR diz que ainda nenhuma família se constitui assistente (ou parte acusatória) do processo.

Mas as praxes, sejam elas quais forem, já são apelidadas de fascistas, de assassinas, de abjeções, de tudo! Isto é um país que há de ir do 8 ao 80, sem que quase ninguém reflita um milésimo de segundo sobre o significado das coisas. Há razões para haver praxes, ou pode haver (embora pessoalmente não simpatize com a coisa); há praxes que deviam ser proibidas pelas universidades e pela lei. Não por serem praxes, mas por serem atentados à dignidade ou à liberdade dos alunos. É apenas isto que está em causa, no caso das mortes do Meco terem alguma em concreto a ver com as praxes.
Porque é isso que não se sabe, embora seja isso que todos discutem"

Henrique Monteiro


Inté*

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Uma Serra coberta de açúcar...




Podem ver mais fotos aqui
 
 

Está linda, não está?

Só falta a Heidi...



Inté*

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A vida numa UCI

Estou desde a semana passada a estagiar numa Unidade de Cuidados Intensivos. Devo dizer que, ao contrário do que eu imaginava, o ambiente até é bastante calmo. Não porque não ocorram muitas vezes situações emergentes ou stressantes mas porque todos os que ali trabalham reagem a esse stress de uma forma bastante calma. Não há corridas nem atropelamentos, nem material a ser atirado de um lado para o outro. O nosso médico disse-nos que a melhor forma de lidar com este tipo de situações é com calma. Calma não é obrigatoriamente "lentidão". É só (só?...) a capacidade de manter a racionalidade em situações que apelam fortemente ao nosso lado mais irracional e impulsivo.

Uma vez ouvi uma frase que dizia algo do género: "nenhuma situação é emergente a tal ponto de não nos permitir pensar pelo menos durante um minuto".

Mas hoje, desiludi-me. Porque a entubação dos doentes deve ser feita com o doente sedado e o doente não estava suficientemente sedado, porque há procedimentos invasivos que suscitam dor que, ao contrário do que muitos defendem, não desaparece totalmente com a sedação... e porque vi como o doente se contorcia com o incómodo daquilo que lhe faziam. Esta atitude de indiferença perante a dor infligida é bem capaz de ser a coisa que mais me revolta; porque há analgésicos, porque há maneiras de diminuir o sofrimento e porque nem sempre são implementadas porque "só demora um bocadinho...", "porque não custa nada". Mas enquanto dói, dói. E enquanto dói o tempo passa mais devagar. E é a tensão que aumenta e é o medo que aumenta sem necessidade nenhuma. E é uma pessoa que ali está a sentir-se cada vez mais vulnerável e doente.

E depois é presenciar a dicotomia entre o profissional que todos os dias procede assim, as conversas banais entre enfermeiros e médicos enquanto se pica o doente, se magoa (ainda que sem intenção)... uns riem outro não.

Eu não tenho por hábito dizer palavrões, mas hoje...


Foda-se.



Inté*

domingo, 12 de janeiro de 2014

Sabem aquela sensação de querer escrever, mas não saber bem o quê? De sentir assim uma certa urgência em deitar fora as ideias, na esperança, se calhar infundada, de organizar no papel o que não se consegue organizar cá dentro?

Caramba, que indecisões estas...


Inté*

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Renovação do mercado





A crise obriga a certos updates de mercado... e eu até era capaz de inventar um pregão bastante jeitoso para isto.



Inté*

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Não é para contarem a ninguém!...

Não sou especialmente fã dos dias de chuva - o meu cabelo fica completamente transtornado, quase como se tivesse enfiado os dedos numa tomada antes de sair de casa, e com a ventania que faz não são raras as vezes que me encharco até aos joelhos...

Mas, há uma coisa que vai mitigando estas pequenas desventuras que a chuva proporciona (e agora é que vem a parte que não podem contar a ninguém!) e que é... saltar nas poças. É infantil, eu sei, e se calhar também contribui para me encharcar até aos joelhos mas que hei-de eu fazer?

É aproveitar agora antes que seja obrigada a dar o exemplo...




Inté*

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Até quando senhores, até quando?

... devemos desejar um Feliz Ano Novo?



Inté*

sábado, 4 de janeiro de 2014

A Estudante oferece!

Oferecem-se 534 caixas de chocolates que sobraram da época Natalícia.

Também vos poderia oferecer peúgas mas este ano bati o record e só ganhei um par. YEAHH!



Inté*

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Se faz favor...

Não me apetece ir ler as 60 alterações ao código da estrada... quem é que me faz um resumo?



Inté*

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O drama das doze passas...

Chegada a meia-noite, tenho o hábito de saltar de uma cadeira e comer 12 passas. Como sabem, por cada passa ingerida, devemos pedir um desejo. A verdade é que à terceira já esgotei os pedidos e depois as passas começam a aquecer na mão e a melar tudo, e o pessoal já bebeu o champanhe e eu estou ali num impasse, feita tonhó a olhar para as ditas... enfim, um drama. Acabo sempre por me repetir mais nove vezes...

Na próxima passagem de ano, vão as passas todas de uma vez e peço só um desejo. Tenho é de me assegurar que são das pequeninas, porque se forem como as deste ano, vou parecer um hamster...





Inté*