segunda-feira, 30 de maio de 2016

Menina do tempo

Eu sei que falamos do tempo quando não temos mais assunto sobre o qual dissertar.
Mas hoje nem é o caso.

É que eu, realmente, quero sol e dias bonitos! Caramba! Estamos quase em JUNHO! Estás a ouvir São Pedro? Estamos quase em Junho!!!!


Inté*

domingo, 29 de maio de 2016

A (Des)informação

Hoje em dia é muito comum dizermos que as pessoas estão "mais informadas". O acesso mais fácil a instrumentos como a internet veio possibilitar uma consulta quase ilimitada de dados sobre quase tudo.
A minha questão é: até que ponto tanta informação não será uma forma de desinformação. Nem tudo o que encontramos, seja em revistas, livros ou conteúdos online deve, na minha opinião, ser considerado informação no verdadeiro sentido da palavra - isto se partirmos do princípio que uma pessoa informada é aquela que está correctamente informada.

Por isso, lamento que nos consideremos pessoas muito informadas. Reparem na quantidade de dados errados que circula por esse Mundo fora. A internet veio possibilitar que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa e, pior do que isso, tornar essa "informação" disponível para milhões de pessoas, pelo menos potencialmente. A televisão, por exemplo, também pode ser uma falsa fonte de informação se tivermos em conta, por exemplo, a selecção de notícias que é feita - muitas vezes pouco imparcial, tendencialmente sensacionalista e manipuladora.

Esta questão da informação (e desculpem lá a minha veia médica), também é extremamente importante na relação médico-doente. O doente tem direito a ser informado, é verdade. Mas estaremos nós a defender a forma mais correcta de informação? A disponibilização de mais informação é efectivamente a melhor forma de informar alguém? Isto é, será que nesta tentativa de informar bem o doente, se aplica a máxima do "quanto mais melhor"? Ou será mais importante a maneira como o doente é informado?

É uma questão difícil. Eu já cheguei a fazer desenhos aos doentes. Eu já vi outros médicos fazerem desenhos. Porque não se pode esperar, a título de exemplo, que uma pessoa que não tenha estudado anatomia compreenda certos procedimentos cirúrgicos (é normal...). Informamos melhor se lhe descrevermos o processo no íntegra ou se lhe fizermos um esquema que a faça compreender o grosso do que vai acontecer?

Coloco esta questão com a humildade de quem, por vezes, fica na dúvida sobre o que fazer... além de que, a maneira como as coisas são ditas também influencia muito a compreensão daquilo que é dito. A veiculação de informação e, portanto, a comunicação são assuntos difíceis e subvalorizados, a meu ver. Se pensarmos bem, grande parte dos nossos conflitos (e do Mundo, talvez) resulta exactamente de uma má comunicação.

A história da desinformação com que eu iniciei este post (e que já vai demasiado longo), é quase como aquela tendência que existe para achar que as pessoas que falam muito são muito comunicativas... serão mesmo? É que há gente que fala tanto para não dizer nada... 

Portanto, um acesso rápido a muitos dados é, algumas vezes, um verdadeiro perigo, porque temos pessoas seguras de que estão bem informadas a tentar fazer valer as suas verdades com base em conhecimentos muito pouco fiáveis (nem sempre, é claro).

A solução não pode passar, como é óbvio, pela filtração daquilo que é disponibilizado porque, por um lado, isso é praticamente impossível e, por outro, porque seria um atentado ao direito de expressão. Não consideramos tão grave a veiculação de informação falsa e descabida. A liberdade trouxe com ela este efeito perverso de ao "sermos livres de dizer", acharmos que não existem consequências em dizer tudo...


Inté*

sábado, 28 de maio de 2016

O Mundo tem lugares bonitos




Conhecem este "buraco"? Na verdade, as imagens que vêem são fotografias tiradas pela mana na Lagoa dos Conchos, na Serra da Estrela. Este "buraco" é a entrada de um túnel que carrega a água desta lagoa até à Lagoa Comprida. 

Acho extraordinário que nos anos '50 tenha sido possível construir uma estrutura desta envergadura (o túnel tem 1519m!). Quem faz o percurso até ao local, percebe que, na inexistência de estradas propriamente ditas e de acessos a grandes máquinas, a construção desta estrutura deve ter sido uma obra bastante difícil. E ainda mais se tivermos em conta que o túnel atravessa quase um quilómetro e meio de rocha!

Impressionante.

O Sol não estava muito brilhante, mas é, sem dúvida, um passeio bonito e que vale muito a pena.


Inté*

terça-feira, 24 de maio de 2016

Alcunhas

Nos primeiros meses de faculdade (txiii... há quanto tempo!), quase todos nós tínhamos uma alcunha que mais tarde vinha a ser o nome de praxe. Eu nunca tive uma alcunha sem ser em casa. Duas letrinhas que só os mais chegados utilizam para me chamar. Nem sei se será uma alcunha ou um diminutivo... curiosamente, o diminutivo do meu nome é bastante maior do que o nome em si, o que de resto acontece com imensas outras palavras. Deixa-me um pouco intrigada porque é que quando nos queremos referir as coisas pequeninas, lhes aumentamos o nome...


Inté*

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Um fenómeno!

Os lugares do autocarro. Ou camionetas, como lhe queiram chamar. Nós temos um bilhete com um lugar marcado mas, raras vezes, o nosso lugar está vago. Então, sentamo-nos noutro lugar. Depois, vem alguém cujo lugar é aquele em que estamos sentados. Enfim, um jogo das cadeiras a relembrar os felizes tempos da infância.

Eu compro o meu bilhete com a antecedência suficiente para poder escolher um lugar à janela. Eu tenho direito a sentar-me no lugar que escolhi. Mas alguém achou por bem sentar-se num lugar qualquer que, por acaso, até era o meu. E reparem, todos podemos escolher o nosso lugar. E há muitas janelas no autocarro. Não precisamos competir arduamente por um lugar ao sol!

Quando por acaso alguém reivindica o seu lugar é um mal-educado, impertinente que só quer arranjar confusão. Reparem na transferência de papéis: aquele que ignorou as regras básicas de civismo acusa o outro de querer comprometer a ordem pública. Que lata.

Lamento, mas quando alguém está no meu lugar, é convidado a levantar-se. É uma forma de evitar que mais tarde alguém me faça saltar a mim e a alguém depois de mim. As pessoas gostam de complicar, não é? Se se podem sentar no lugar que lhes é atribuído (e que podem escolher!), porque é que se sentam noutro qualquer sabendo que alguém lhes poderá pedir para se sentar naquele sítio?

Não entendo. A sério que não entendo...


Inté*

domingo, 22 de maio de 2016

Não tenho cara de médica

Não tenho cara de médica. Sou "a menina", "a enfermeira" (parece que as enfermeiras são sempre as mulheres mais novas e as médicas, as mulheres mais velhas...), "a estagiária". 
Não deixa de ser divertido que me achem com cara de "não médica". Nem sei exactamente, quais os requisitos de uma cara de médica.
Há doentes que inicialmente, me tratam por menina e depois, quando por algum motivo se dão conta de que sou a médica deles, corrigem muito aflitos o pronome e pedem desculpa. Não percebo porquê. Eu continuo a ser uma menina. O Mestrado não teve nenhum efeito colateral nessa parte.


Inté*


sábado, 21 de maio de 2016

O Tempo e outras questões

Quando vamos de viagem e a paisagem é não mais do que uma fracção de segundo, dou por mim a pensar se esse Mundo que passa por nós tão rápido (ou nós por ele...), não será uma espécie de cenário que, uma vez nas nossas costas, se desmorona e dá origem a outra coisa qualquer. Quem me garante que tudo aquilo que eu não vejo não deixa de existir e se reconstrói à medida que eu o olho? Que quando fecho os olhos, a minha realidade se eclipsa para surgir noutro lado qualquer?... Eu acho o Mundo tão abstracto! Toda a nossa existência, o passar dos dias... Para onde vão os dias que passaram e onde estão os que ainda hão-de vir? Se o tempo é um conceito inventado por nós, as horas, os dias, os meses e os anos são apenas ideias que criámos para nos organizarmos porque o tempo é, na verdade, permanente e não um desenrolar sequencial de coisas, porque é que não conseguimos sentir tudo ao mesmo tempo?...


Inté*

sexta-feira, 20 de maio de 2016

O Perfume

Parece que a vontade de escrever vem, sobretudo, quando volto para casa. Já há quase dois meses que não dormia na minha cama de quase sempre.
Hoje de manhã, quando abri a porta e senti o cheiro campestre da Primavera senti uma alegria tão grande! Este cheiro só existe aqui. Quase senti vergonha de já não me lembrar deste aroma que surge com os primeiros dias de Sol e com as primeiras flores.

Desculpa lá Montanha por já não me recordar do teu perfume...

Mas continuas a cheirar tão bem!


Inté*