Hoje é dia de Santo António.
Santo António é o meu santo preferido (vá lá, acalmem-se aí nas Alturas... há orações para todos!), ou não fosse eu Alfacinha. Quando morava na capital, ía algumas vezes visitar o local que dizem ter sido a casinha do Santo António, agora a Igreja de Santo António.
Uma das coisas que mais me incomoda é que lhe chamem Santo António de Pádua. É um bocado parvo eu sei, afinal no fim de contas não somos de lado nenhum e somos de todo o lado, mas Santo António é de Lisboa e acabou-se aqui a conversa!
O Santo Antoninho, como lhe chamamos cá em casa, não tem sido muito hábil na sua tarefa tradicional de casamenteiro, pelo menos por estas bandas. Ainda assim, não o incomodo muito com este tema, porque se ele quer tempo para descortinar um moço à altura, eu dou-lhe todo o tempo que ele quiser! Nem o enterro de cabeça para baixo, nem lhe tiro o menino que eu cá não gosto de chantagem. Se a recompensa da demora for extraordinariamente maravilhosa então, tenho toda a paciência do mundo!
Ah, esqueci-me de vos dizer uma coisa - o Santo Antoninho está um bocado atrasado atarefado na sua tarefa matrimonial mas tem sido muito útil quando desaparecem coisas cá por casa.
"Santo António acordou, levantou-se e saiu a passear.
O Senhor encontrou-o e lhe perguntou:
-"António onde vais tu?"
-"Senhor eu convosco vou."
-"Comigo não irás. Na Terra ficarás. As coisas perdidas acharás.
Chagas abertas, corações feridos, tudo tu sararás!"
Sempre que perdemos alguma coisa cá em casa dizemos-lhe assim:
"Contra males e demónios rezai sempre a Santo António.
Aplaca a fúria dos mares
Tira o preso da prisão
Ao doente torna são
E ao perdido faz achar
Apareça, apareça, apareça!"
Inté*