quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Coisas boas...

Quando metade das vagas da especialidade de Reumatologia (especialidade mais lindaaaaa do Mundo!) são ocupadas por colegas de curso:





Inté*

Miguel Esteves Cardoso

Miguel Esteves Cardoso escreveu:


"Reagir à Saudade e à Tristeza
A maneira de reagir à saudade e à tristeza é ter um coração bom e uma cabeça viva. A saudade e a tristeza não são doenças, ou lapsos, ou intervalos, como se diz nos países do Norte. São verdades, condições, coisas do dia a dia, parecidas com apertar os atacadores dos sapatos. É banalizando-as que as acompanhamos. Um sofrimento não anula outro. Mas acompanha-o. Para isto é preciso inteligência e bondade. Aquilo que resta são as pequenas alegrias (...). 
Falo das alegrias que se tornam rotinas, com que se conta: comprar revistas, jantar ao balcão, dormir junto do mar, dizer disparates, beber de mais, rir. Coisas assim. São essas coisas — entre as quais o amor — que não se podem deitar fora sem, pelo menos, morrer primeiro."

Todos os dias, os meus gestos pequeninos são uma fracção dos gestos que não posso ter contigo. E todos os sorrisos e conversas, e "bons dias", são formas de ocupar uma boca que não pode falar contigo. Mas se a maneira de reagir à saudade é ter um coração bom, então, o meu parece não ser bom o suficiente.


Inté*

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Done!

Consegui a vaga que queria. É uma alegria muito grande ver como as coisas se têm desenrolado conforme as minhas expectativas. Pelo menos, em termos académicos, não me posso queixar. Mas a minha maior alegria hoje, foi confirmar (porque eu já sabia!), que estou rodeada de amigos especiais que, mal eu acabo de escolher, já me estão a dar os parabéns e me fazem sentir merecedora das minhas conquistas. Mais importante ainda, é saber que estas pessoas que me são tão queridas, não se limitaram a felicitar-me hoje, mas acompanharam-me durante todos os dias nos últimos anos e contribuíram, sem dúvida nenhuma, para a minha vitória de hoje.

Se eu pudesse, entravam todos na vossa primeira hipótese e levava-vos a todos comigo!



Inté*

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

C'um caraças!

Ai que é já amanhã, é já amanhã!

Hoje andei tão parvinha que de manhã, quando entrei no Hospital, até me esqueci de fazer o registo biométrico (que é o novo termo para o antigo "picar o ponto" e a que nós, tão carinhosamente, apelidamos de "pôr o dedo").

É amanhã que vou escolher aquilo que vou fazer pelo resto da minha vida! Ou melhor, eu acho que isso ficou decidido desde o primeiro dia de aulas na Faculdade... mas agora é uma ratificação desse dia; uma espécie de réplica em maior escala do ensaio que foi o dia da matrícula nos Serviços Académicos. Amanhã vou sentar-me como há alguns anos me sentei, não para escolher o meu curso, mas para renovar os votos com um dos maiores tesourinhos da minha vida.




Inté*

Ideias

Dizem-nos muitas vezes que o conceito de "deus" surge quando atingimos o limite do nosso conhecimento científico - quando deixamos de conseguir explicar o que encontramos. Deus seria assim, uma espécie de último recurso; uma consequência das nossas limitações.

É, a meu ver, uma perspectiva curiosa. Na verdade, à medida que vou tendo esse privilégio de aprender e descobrir coisas novas, mais as coisas me vão surgindo como a prova de que tamanha perfeição e complexidade, tem de ter por base muito mais do que uns átomos frios; tem de haver outra coisa qualquer... chamem-lhe o que quiserem.





"There are only two ways to live your life. One is as though nothing is a miracle. The other is as though everything is a miracle" - Albert Einstein



Inté*

domingo, 22 de novembro de 2015

À velocidade da luz

Já uma vez vos contei que, geralmente, sou ligeiramente mais rápida do que as portas automáticas.

Mas descobri recentemente, que sou também bastante mais rápida do que aqueles sensores que fazem acender a luz. Não são raras as vezes que entro e saio em divisões sempre às escuras, porque o sensor só me detecta quando eu já não estou... 

Mesmo à ninja.



Inté*

Cá por coisas...

Eu acredito em palavras bem pronunciadas e em textos bem escritos;
Eu acredito em em gestos pequeninos;
Eu acredito em empatia e solidariedade;
Eu acredito em "bons dias", "obrigado" e "desculpa";
Eu acredito em inconformismo e reinvidicação;
Eu acredito em energias positivas;
Eu acredito em almas livres.



Inté*

sábado, 21 de novembro de 2015

Pela boquinha morre o peixe!

Sim, eu sei que há algumas semanas postei um texto em que critiquei seriamente a incompetência da ACSS (que coordena o processo de escolha da especialidade, entre outros).

Mas a verdade é que, na próxima terça-feira de manhã, vou finalmente poder escolher a minha especialidade! Parece que este ano as coisas vão correr melhor do que no ano anterior.

Um pequeno pormenor: este blogue testemunhou a quase totalidade do meu percurso académico... será que vou conseguir mantê-lo até ao final da especialidade? :)



Inté*

domingo, 15 de novembro de 2015

Têm razão!

Ficamos um tanto ou quanto revoltados quando nos acusam de vivermos acima das nossas possibilidades. E que a crise também se prende com o facto de vivermos acima das nossas possibilidades. E que temos de aprender a viver de acordo com as nossas possibilidades... Bah. 

Mas pensemos bem naquilo que é dito: "vivemos acima das nossas possibilidades"... meus amigos, é a mais pura das verdades. Se tivermos em conta que muitos portugueses já mal têm dinheiro para comer, é difícil não viver acima das nossas possibilidades; qualquer bem que adquiram é, simplesmente, viver acima das suas possibilidades, porque não têm poder de compra para praticamente nada...

Portanto, está correcto. Temos conseguido viver acima daquilo que seria esperado (e isso parece que chateia os economistas, não é?).



Inté*

Fico triste...

...com os comentários que defendem a erradicação das religiões, a vingança e a xenofobia como soluções para o terrorismo.

Fico mais triste com a quantidade de pessoas que nas redes sociais apoiam e aplaudem essas ideias. Mas quero acreditar que o número muitas vezes superior de likes e de indivíduos que se manifestam a favor desta cultura de rancor, se deve simplesmente ao facto de as pessoas boas estarem lá fora, ocupadas a fazer coisas mais importantes do que a mandar uns bitaites no facebook...





Inté*

sábado, 14 de novembro de 2015

Epá, já agora...

... não resisto fazer um comentário sobre as reacções aos ataques de ontem. Das primeiras coisas que ouvi foi algo do género: "agora deixem entrar mais refugiados, vá!". A sério? O Mundo só testemunhou ataques terroristas desde a crise dos refugiados? Por acaso sabiam que muitos dos elementos terroristas são cidadãos europeus? Hoje no telejornal alguém dizia que estes grupos terroristas não exportam elementos; eles IMPORTAM elementos. São cidadãos que todos os dias convivem lado a lado connosco... reparem na minuciosidade da estratégia: são indivíduos IGUAIS a nós, imunes à nossa desconfiança.

É incrível como um acto de puro ódio como o que aconteceu ontem desencadeia em nós sentimentos tão inúteis como o rancor e a intolerância. Não deveria ser o contrário? Não deveríamos unir-nos em defesa das pessoas, da Humanidade, dos valores que realmente nos poderão ajudar a erradicar situações como estas? Como é que criticamos uma atitude que repetimos logo de seguida?

É por isso que as consequências dos actos terroristas vão muito além dos seus efeitos imediatos: elas geram mais ódio, mais maldade, mais medo; tornam-nos animais ameaçados e irracionais, que a tudo respondem com actos de violência, na ilusão de que assim conseguirão sobreviver! A estratégia não está em impedir a entrada de refugiados, condenando-os à morte, nem isso seria coerente com aquilo que defendemos: por um lado choramos a morte de centenas de pessoas e por outro condenamos mais uns milhares? Mas está tudo doido???

Estamos errados... tão errados.



Inté*

13 de Novembro

Quanta falta de amor e tolerância vai neste Mundo...




Inté*

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Como eu consigo ser uma naba

Quando faço manobras com o carro, tenho de desligar o rádio.



Inté*

domingo, 8 de novembro de 2015

Por aqui ouve-se...






Bom restinho de Domingo e uma óptima semana!



Inté*

Introspecção de Domingo

Todos nós, penso eu, idealizamos certos aspectos da nossa vida. Há quem chame a isso "sonhos", outros optam pela designação mais pragmática de "objectivos", mas independentemente daquilo que lhe quisermos chamar, todos acabamos por delinear pequenas ideias e desejos para o resto dos nossos dias.

Fico muitas vezes a pensar se os meus sonhos - eu gosto de chamar-lhes assim - serão os mais apropriados. As minhas ambições não passam pela administração de um grande hospital, pela chefia de uma qualquer instituição ou pelo prémio Nobel. Não sou por isso, à luz dos ideais actualmente estabelecidos, uma pessoa de grandes ambições. Haverá outros aspectos igualmente importantes, certo?

Mas, de todos os sonhos que passam por esta cabeça e coração, será que algum será verdadeiramente útil a alguém? Será que não serão apenas uma forma de satisfação pessoal? Serão úteis a alguém além de mim?

O que interessa ao Mundo que eu conheça muitos países, que tenha uma família grande? Faz alguma diferença que eu tenha uma casa perto do mar ou no meio da serra? Melhora a vida de alguém que eu tenha um grande jardim onde os meus cães possam correr à vontade? Eu acho que não...

Chego à conclusão de que estou a sonhar pouco; de que, no geral, talvez grande parte de nós, sonhe pouco. Temos de sonhar também pelos outros... se calhar, sonhar aquilo que outros não sabem que deveriam sonhar.



Inté*


sábado, 7 de novembro de 2015

Morar no campo

Morar no campo é estar em casa a trabalhar e ouvir lá fora o som dos badalos das cabrinhas.
É ir dar um passeio a pé e ter alguém que convida a entrar na adega para provar a jeropiga.
É comprar os legumes a quem os plantou.
É ver cabritinhos acabados de nascer.
É ver os pastores chegarem ao final do dia com o seu rebanho.
É ter uma ribeira a correr à porta.
É passear o Pirata e deixá-lo beber água e molhar-se nas represas.
É estar rodeada de verde.

É tão bom!



Inté*

Ricardo Salgado - como ser um bom ladrão ou a melhor anedota do ano

Vou ser breve. Mas vou ser breve porque o que me faria realmente feliz neste caso, não seria escrever, mas sim dar um valente tabefe no Ricardo Salgado e nos senhores que tomaram as decisões de perdoar metade da dívida deste indivíduo e triplicar-lhe a reforma - que era muito baixinha, coitado.

Caras pessoas honestas, o que eu vos aconselho é que deixem de o ser. Roubem. Mas roubem muito - qualquer valor com menos de 6 dígitos é meramente ilustrativo. Roubem aos milhões. E, se quiserem realmente brilhar, roubem sem o necessitarem. O mais provável é que alguém vos perdoe o acto e vos aumente o ordenado. A única condição, é que o façam em Portugal. Porque só em Portugal é que os ladrões, aqueles mesmo de verdade que desgraçam a vida de centenas/milhares de pessoas, são premiados.

Ser bom trabalhador e cumpridor da lei em Portugal, tem-se tornado um verdadeiro acto de rebeldia. A avaliar pela quantidade de corruptos que temos nos mais altos cargos, admira-me como ainda não nos tornámos num bando de delinquentes. 

Noventa mil euros de reforma, Salgadinho. Noventa mil euros de reforma porque foste um bom menino. Noventa mil euros de reforma porque não te chegam os 3 milhões que roubaste. Há velhinhos que não tomam a medicação que lhe é prescrita porque não têm dinheiro... mas se calhar é porque não sabem poupar, não é?

És um monstro. Tu e as pessoas que deixam que estas coisas aconteçam.



Inté* 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Prazeres pequeninos

Ainda fico contente quando faço gasimetrias* à primeira. Palpar o pulso e sentir a artéria: tum... tum... tum. "Estás aqui!"- penso eu. "Uma picadinha, está bem?" "Então não pode? Que remédio!...". Não consigo deixar de achar piada a este tipo de consentimento. Como se não se pudesse dizer que não... 

"Então cá vai". Fico muito quietinha a olhar para a seringa à espera que o sangue suba. Muito quietinha na esperança de que a artéria não me fuja e eu tenha de picar outra vez! "Vá lá, sobe, sobe, sobe!". Se os doentes soubessem as orações mentais que eu faço antes de os picar e nos segundos imediatamente à picada... iam achar que era doida.


E eis que, vejo o sangue a subir, um sangue roubado à circulação arterial; vem por ali enganado com a força com que deveria seguir pela mão até às pontas dos dedos. Que alegria tão grande, que alívio! "Pronto, já passou".

E aí vai ela de seringuinha na mão, com um orgulho que guarda só para si. "Consegui, consegui!".


Outras vezes, começa tudo muito bem, com o sangue a subir, e o estupor pára a meio. "'Tão? Onde é que te meteste?". E continuo a sentir o pulso, por isso a artéria fugiu, mas não para muito longe. "Tens de estar aqui algures, sua..." E quantos nomes eu lhe chamo! Acho que é por isso que às vezes já não a volto a apanhar... Sensíveis, estas maricas.





Inté*


*uma picadinha que, mais frequentemente, se faz na artéria radial (no punho) e que permite avaliar O2, CO2 e equilíbrio ácido-base.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Dias de prata

Não haverá, certamente, laço maior do que aquele que se criou, porque a Natureza assim o quis, entre o Céu e a Montanha. Agora que os dias se tornam cada vez mais invernais, cheios de chuva e nevoeiro, mais claramente eu discirno na paisagem pequenas provas desse amor já tão antigo. 

São braços fortes as grandes nuvens que avançam devagarinho e acolhem com delicadeza os cumes mais altos da serra. Quem a vê assim, imponente e tão majestosamente erguida sobre o sopé, não diria que a rendição aos encantos do Céu fosse tão prazenteiramente conseguida. Mas ela ali fica, lânguida, quase imóvel, nesse tão terno e duradouro abraço. 
Um abraço tímido, diria eu, pois sempre que se encontram assim, cai um véu sobre a paisagem, um nevoeiro cerrado, coberto de pequenas pedrinhas brilhantes, que esconde os dois amantes. 

Por estes dias, raras são as noites em que conseguimos uma visão clara sobre as estrelas. Penso que também o Céu se reserva esse direito de guardar pequenas surpresas só para quem lhe roubou o coração. Perdoo-lhe por isso, estas noites tão longas e escuras. As estrelas são da montanha e até lhe deram nome.

Esta conquista, à base de pequenos pontos fulgentes e dias de prata e cristais, terá a sua recompensa quando vier a neve e a serra se cobrir com um lindo e suave manto branco. Casar-se-ão os dois num abraço para sempre, à vista de todos e das andorinhas, que na Primavera já não há véu que os esconda.



Inté*


domingo, 1 de novembro de 2015

Sexta-feira 13

Novembro entrou hoje, a um Domingo. E é por isso que Novembro vai ter uma Sexta-feira 13.
Sabiam que sempre que os meses começam a um Domingo, haverá, certamente, uma Sexta-feira 13? 

Utilidade prática disto? Entre 0 e -1.



Inté*


O espírito é este



O espírito com que espero entrar na sala onde vou fazer a escolha da especialidade (sem contudo descurar a esperança de que posso conseguir aquilo que quero). 

Ainda não sabemos a data da escolha, mas sabemos que todos os dias estamos cada vez mais perto.
É vergonhoso que um procedimento que se repete todos os anos seja sempre tão mal organizado. O ano passado informaram os interessados que a escolha da especialidade seria feita no dia a seguir. Tendo em conta que em Portugal Continental, a escolha da especialidade só pode ser feita em Lisboa, Porto e Coimbra, imaginem o que isso representa para jovens médicos que vivem longe dessas zonas. Mais preocupante ainda, é o facto de em 2014, as listas definitivas de colocações terem sido divulgadas no dia 26 de Dezembro, sendo que o primeiro dia de trabalho foi dia 2 de Janeiro - menos de uma semana para encontrar casa numa cidade nova e fazer as mudanças. Uma falta de respeito, diria eu. Assim como é uma falta de respeito não nos atenderem o telefone na ACSS (que é quem desorganiza todo o processo) - dizem que é melhor enviarmos e-mail. E lá está o meu e-mail há mais de três meses à espera de resposta.
Ah, e o site onde temos acesso a todas as informações (cof cof) não vale uma merda, desorganização completa - um depósito de links e frases sem organização nenhuma.

Mas este tipo de coisas não é noticiado. Os médicos são sempre privilegiados e têm uma boa vida, não têm nada que se queixar... que se lixe.



Inté*