domingo, 31 de maio de 2015

Eu comecei a trabalhar em Janeiro..


E quando alguém, durante um momento de autocomiseração, me tenta incluir em todo o seu sofrimento, dizendo:
 
"Tomara nós já estarmos na reforma, não era Doutora?"
 
...
 
...
 
"Não".
 
 
 
 
Inté*

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Dos "para sempre"

Hoje, enquanto navegava preguiçosamente pelo feed de notícias do Facebook, apercebi-me que uma rapariga que conheço tem um novo namorado (nunca percebi muito bem as "saídas" foleiras com que as pessoas se declaram umas às outras, assim à mercê da atenção de toda a gente, mas enfim...). Ora, acontece que, para bem ou para mal, eu sou uma pessoa que ainda vai tendo alguns gigas de memória e lembro-me perfeitamente do ex-namorado desta tal rapariga. E também me lembro de como se amavam mutuamente e faziam promessas e declarações de um amor eterno ('tá bem, 'tá...) que só o foi até acabar. E agora, ver como tudo se repete, enxertado num amor que outrora seria até ao final das suas vidas e mais além, é quase um dejà vú.
 
Devo dizer-vos que soltei uma gargalhadinha. Não daquelas maldosas, apenas uma gargalhada de quem assiste a esta comédia que é a natureza humana (e à qual eu não sou imune). Eu não sei bem se este aspecto de amarmos "para sempre" as pessoas que amamos, para depois encontrarmos outras que voltamos a amar "para sempre" é uma limitação ou uma proeza.
 
Fico na dúvida se tal será uma limitação nossa pelo facto de, na grande parte das vezes, não sermos capazes de mantermos a promessa de amarmos para sempre quem julgamos amar incondicionalmente, ou se, ao invés, será uma espécie de super-poder que nos permite amar "para sempre" inúmeras vezes. Eu prefiro optar pela segunda. Sou apologista de que nós não temos "A" metade da laranja. Nós não somos metade de nada; nós somos inteiros. E somos tão inteiros e tão grandes, que o nosso amor não tem um plafond que, uma vez esgotado, já não tem retorno.  Nós somos tão grandes quanto tão grande for o nosso amor pelos outros.
 
É isso. Nós amamos sempre "para sempre" quem amamos. Só que uma pessoa de cada vez.
 
 
 
Inté*
 
 

sábado, 16 de maio de 2015

Miscelânea V

Hoje dormi muito pouco mas, em compensação, fui uma baterista profissional durante as poucas horas que dormi... YEAAH!
 
A Bênção das Pastas da mana é já na próxima semana e ainda não lhe escrevi a fitinha. Quanto mais especial a pessoa, mais difícil é escrever.
 
Tenho de fingir que acredito quando os doentes com colesterol a 300 e triglicéridos a 400 me dizem que "não comem nada" (hã hã...).
 
Constipei-me (com o sol radiante que está lá fora?!) e, neste momento, albergo em mim uma produção major de pega monstros.
 
 
 
Inté*
 

domingo, 10 de maio de 2015

Lado lunar

Não acredito que a felicidade de certos momentos compense a tristeza, as saudades, o reverso da medalha, sabem?, desses mesmos momentos, quando um dia se desvanecem na espuma dos dias.
 
Não sei se os apologistas de que "mais vale ir vivendo picos de alegria, mesmo sabendo que estes não duram para sempre", acredita (e sente) realmente naquilo que diz... a ser verdade; se realmente houver quem tenha essa força de resistir à investida de momentos menos bons com a presença de espírito de que vale a pena encher o coração de alegrias, mesmo que depois tudo lhe seja arrancado, eu sou uma fiel admiradora. Não sei usar essa armadura (ou não a tenho, não sei).
 
Se pudesse viver segundo o estoicismo de Ricardo Reis, - apaticamente, evitando tudo o que pode correr mal - eu vivia, de bom grado. Vivia com o meu barco perto do cais. É uma cobardia, eu sei. Mas se pelo menos, tudo aquilo que nos magoasse nos arrancasse o coração de uma vez por todas, já não sentiríamos nada. Mas não. Cada coisa que nos magoa, é um repelão, uma contusão, dores inúteis que não matam, mas moem.
 
Também não é verdade que sentimos só com o coração, pois não? Isso seria até bastante bom, na medida em que a dor ficaria circunscrita ali, na área do hemitórax esquerdo.  Eu sei que não sentimos só com o coração porque, quando estamos felizes, tudo em nós fica diferente e, quando passamos por episódios menos bons, tudo nos dói...
 
 
 
Inté*

terça-feira, 5 de maio de 2015

Sopinha de rabo de boi

Um dia destes durante o jantar, tivemos uma pequena discussão acerca daquela sopa de rabo de boi da Knorr. No final de preparada, é só uma água acastanhada com sabor a uns temperos quaisquer e, teoricamente, a rabo de boi. Ora, custa-me a acreditar que seja possível fazer uma sopinha de rabo de boi e transformá-la em pó para depois empacotá-la numas saquetas...
 
Não sabe a malvas, embora tenha uma cor sugestiva... pelo sim pelo não, vou pesquisar o que é que os senhores das vacarias fazem à àgua com que lavam os bichanos.
 
 
 
Inté*

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Arca de Noé...

Hoje de manhã acordei com a chuva a cair cheia de força. Pensei: "Fogo... temos dilúvio outra vez". Estamos em Maio... não deveríamos ter uma temperatura mais agradável e um sol um pouquinho mais radiante? Bahh! Não é suposto ser altura para ponderarmos a construção de uma arca!
 
Por falar em dilúvio e arcas e outros que tais, o outro dia estava a pensar se o Noé não terá colocado uma espécie a mais na arca. É que às vezes, vejo com cada coisa, que não consigo evitar dar por mim a pensar se o Noé não deveria ter ficado de fora...
 
 
 
Inté*

sábado, 2 de maio de 2015

Onde caem os passarinhos

Foi enquanto limpava o jardim que notei um corpo pequenino, delicadamente pousado nuns ramos de rosmaninho. Eram umas asinhas pequenas, cujo último esforço tinha sido cair num arbusto perfumado, num qualquer canteiro de que não eram donas. Mas por se tratar de um animalzinho especial, que Deus bafeja com o dom de correr o céu, nenhum pouso lhe é negado, sobretudo aquele em que deve dormir para sempre. Imaginei-o a descer devagarinho, num rodopio lento e dançado, com as asas ao redor do corpo franzino, para depois se aconchegar delicadamente entre as folhinhas. E um último suspiro do peito, arcabouço pequenino de açúcar.
 
Onde cairão todos aqueles passarinhos que vemos por aí nos telhados e a voar agora na Primavera?... Só de vez em quando encontro um ou outro por aí. Quase que acredito que quando morrem, têm direito a um lugar especial só para eles. Ficarem adormecidos no chão só se for por descuido de quem olha por eles. Aliás, tenho quase a certeza de que amanhã, se espreitar o rosmaninho do jardim, já não há passarinho. Notado o engano, ele foi imediatamente levado para esse lugar especial onde corre uma brisa muito leve, de asinhas pequeninas que batem em direcção ao infinito.
 
 
 
Inté*