Estudar na cidade onde se vive é um risco, sobretudo para quem como eu, estuda num curso em que fica a mercê de encontros no Hospital com as vizinhas...
Quando hoje de manhã me dirigia para as consultas, eis que sou interpelada no corredor por um:
"Então minha querida?"
Era a vizinha (som de trovões). E ainda acrescentou um: "não deixes de me falar!" - tumbaaaa! Agora a miopia ou a distracção já mimetizam o desdém e superioridade da classe médica. Eu sou míope e distraída, o que me torna duplamente snobe.
Cumbersa puxa cumbersa e tal, uma fila enorme no bar - o episódio que vos relato ocorreu no bar do hospital apinhado de gente, o que não é desprezível nesta história, acreditem - etc, etc. E eu só pensava: "vai correr tudo bem Estudante, ela não vai dizer nada que te comprometa, relaxa! Não sejas paranoica!".
E relaxei.
"E vim aqui ver o médico X, porque isto, porque aquilo..." E mais uma vez eu sentia o perigo iminente. E, efectivamente, pouco depois soou, num som bastante estridente e com excesso de decibéis, algo do género:
"E EU QUE VI ESTE PIRRALHO DE FRALDAS!"
Fixe... ainda por cima falou no masculino. Foi aí que eu percebi que era hora de desertar antes que se iniciasse um fluente discurso acerca do conteúdo das fraldas.
Inté*