terça-feira, 24 de março de 2015

Fractal

O infinito é gostar de alguém que também gosta de nós. Imaginem que no meu coração eu trago uma pessoa que gosta muito de mim. No meu coração vive então essa pessoa, também comigo no coração dela e assim sucessivamente. Um fractal de amor que, por definição, se repete até ao fim do Mundo, tal qual os flocos de neve.
 
Se o infinito cabe num coração e num floco de neve logo, o infinito não se prende com a definição de espaço físico como nós a conhecemos. O infinito tem outro tipo de medida ou talvez, nem medida tenha, porque parece ser muitas vezes, a manifestação de um amor sem medida.
 
 
 
Inté*

domingo, 22 de março de 2015

Os meninos de pedopsiquiatria

As florinhas de Pedopsiquiatria são, na sua maioria, florinhas que um dia alguém semeou mas não quis colher. Foram sementinhas negligenciadas, algumas crescidas em terrenos pouco férteis, outras não desejadas, acabando por brotar ali por acidente, como se o vento as tivesse trazido sem consentimento. Ainda assim, quando eu as encontro na consulta, algumas claramente pouco regadas de carinho, com algumas folhinhas por aparar, são tão bonitas como todas as outras florinhas que eu vou encontrando pelo caminho.
 
Eu trazia-vos para casa, sabiam? Não é que as minhas capacidades de jardineira sejam extraordinárias, mas eu acho que juntos poderíamos fazer um lindo jardim. Faltam borboletas no vosso jardim; e joaninhas, e baloiços... faltam meninos a rebolar na relva e fontes de água fresca.
 
Eu trazia-vos para casa para vos mostrar que depois da chuva vêm os arco-íris e a erva verdejante.
 
 
Inté*
 
 

terça-feira, 10 de março de 2015

Esse super poder!


Eu tenho saudades daqueles dorzinhas e probleminhas que tínhamos quando éramos pequeninos. Daqueles que passavam quando a Mãe nos dava um beijinho ou uma bolacha. Na verdade, não é exactamente dessas dores que eu tenho saudades; eu tenho saudades da rapidez com que tudo desaparecia, como que por magia. Agora as coisas não passam assim... não é pela perda de capacidades da Mãe, é só porque crescemos e as coisas menos boas também vão crescendo connosco.
 
Lembro-me do dia em que me apercebi como era triste para a Mãe chegar à conclusão de que já nem tudo em mim poderia ser curado com um beijinho ou outro miminho dela. Deve ser ingrato para as Mães serem inicialmente apetrechadas de tantos super-poderes e depois descobrirem que, à medida que nós crescemos, esses poderes se vão tornando cada vez menos eficazes.
 
Não é que se tenham tornado uns super-poderes menos "super"; só que agora alguns deles já não nos servem... como a roupa, estás a ver Mãe?
 
Ai, quem me dera...
 
 
 
Inté*

segunda-feira, 9 de março de 2015

Dizer a um doente que não há nada a fazer contra o cancro que o escolheu como vítima. Dizer-lhe que a doença está a avançar mais depressa do que os dias e que, até poderíamos tentar a quimio, mas que o melhor seria tratar os sintomas paliativamente e esperar... e ainda assim, termos a perfeita noção de que há uma parte daquela pessoa que temos à nossa frente que não compreende ou não quer acreditar no que está a ouvir. Então, questiona-nos acerca de cirurgias, de tratamentos que não a vão salvar... questiona tão sofregamente, tão alheia a tudo o que lhe está a ser dito, completamente inebriada pela esperança ou por um instinto primitivo de sobrevivência.
A certa altura, não consegui perceber se estava na presença de alguém na posse plena das suas capacidades ou na presença de um bichinho ferido que tentava, a todo o custo, fugir para longe...
 
Como nós ficamos diferentes quando temos a noção da nossa finitude. Julgamos ter plena consciência de que um dia nos vamos embora e que não vamos passar de uma história que um dia será esquecida... mas não é verdade. Nós vivemos com essa pequena sombra que paira sobre nós, mas que é tão discreta que, provavelmente, na maior parte das vezes nem nos damos conta da sua presença (e ainda bem que assim é!).
Enquanto vivemos somos eternos; somos um passado, um presente e, sobretudo, somos um futuro, um amontoado de sonhos e de desejos por realizar. Não imagino dor maior do que aquela de não poder planear a longo prazo, de saber que vamos ter menos tempo do que aquele que tínhamos previsto...
 
Como as coisas seriam diferentes se soubéssemos que expirávamos dentro de alguns meses. Eu tenho perfeita noção de que faria imensas coisas de forma diferente e, ainda assim, não sei se isso implicaria fazê-las de melhor forma; mas faria de forma diferente.
 
 
 
 
Inté*

domingo, 8 de março de 2015

Aquele dia 8...

"Feliz dia da Mulher", não; não podemos "felicitar" um dia cuja existência tem por base uma infeliz contingência... Este dia é mais do que o dia que algumas pessoas convertem (antagonicamente!) no dia da "liberdade" e do "livre arbítrio"; no dia em que lhes é permitido fazerem algo que parecem não ter o direito de fazer todos os dias, como se durante o ano inteiro lhes estivesse vedada a satisfação das suas vontades. Comemorar este dia como o "único" dia do ano em que a mulher pode sair e deixar marido e filhos em casa, não é mais do que o tornarmo-nos cúmplices de um agregado de ideias retrógradas e machistas que criaram e mantêm o fosso entre géneros; não é mais do que a banalização e a interpretação simplista (e quase perversa) de um problema que é muito mais do que a "libertação" das lides domésticas, como algumas pessoas nos querem fazer crer...

 
Por um dia 8 de Março (idealmente o dia da igualdade entre géneros e não o dia da Mulher) que deixe de fazer sentido ;)
 
 
 
 
Inté*

sábado, 7 de março de 2015

Que menino feio!...


Ai, ai!...



Inté*

terça-feira, 3 de março de 2015

Há por aí alguém...

... que tenha a bondade de me indicar filmes e séries de que tenha ficado fã? :)


Grazie mille!



Inté*

segunda-feira, 2 de março de 2015

Fenómenos do catano

1) Pessoas que dizem téni... (e sande?);

2) Pessoas que andam no ginásio e passam a vida a utilizar os elevadores (a coerência, minha gente, a coerência...);

3) Pessoas que dizem "Soutôr" (és o quê...?);

4) Pessoas que intercalam o discurso em Português com meia dúzia de expressões estrangeiras (AAAAHHHHHH!!!).


Ufa! Já desabafei... Obrigada por estarem desse lado!



Inté*

domingo, 1 de março de 2015

O meu apetite...

... é mais ou menos, vamos lá ver... hummm... o apetite de um homem das obras.

Sim, sim, o exercício aumenta o apetite. Mas no meu caso, não estou bem certa se a coisa anda proporcional...



Inté*