Não acredito que a felicidade de certos momentos compense a tristeza, as saudades, o reverso da medalha, sabem?, desses mesmos momentos, quando um dia se desvanecem na espuma dos dias.
Não sei se os apologistas de que "mais vale ir vivendo picos de alegria, mesmo sabendo que estes não duram para sempre", acredita (e sente) realmente naquilo que diz... a ser verdade; se realmente houver quem tenha essa força de resistir à investida de momentos menos bons com a presença de espírito de que vale a pena encher o coração de alegrias, mesmo que depois tudo lhe seja arrancado, eu sou uma fiel admiradora. Não sei usar essa armadura (ou não a tenho, não sei).
Se pudesse viver segundo o estoicismo de Ricardo Reis, - apaticamente, evitando tudo o que pode correr mal - eu vivia, de bom grado. Vivia com o meu barco perto do cais. É uma cobardia, eu sei. Mas se pelo menos, tudo aquilo que nos magoasse nos arrancasse o coração de uma vez por todas, já não sentiríamos nada. Mas não. Cada coisa que nos magoa, é um repelão, uma contusão, dores inúteis que não matam, mas moem.
Também não é verdade que sentimos só com o coração, pois não? Isso seria até bastante bom, na medida em que a dor ficaria circunscrita ali, na área do hemitórax esquerdo. Eu sei que não sentimos só com o coração porque, quando estamos felizes, tudo em nós fica diferente e, quando passamos por episódios menos bons, tudo nos dói...
Inté*
12 comentários:
https://www.youtube.com/watch?v=uFllFkdVxus
Bom domingo.
Pela amostra destas minhas ultimas semanas, entendo-te demasiado bem!
Entendo embora ache que devemos continuar a lutar sempre para contornar as contrariedades e tornar os momentos menos bons em momentos felizes. Beijinhos
Felizmente ou infelizmente a isso, passar pelo bom e pelo mau, chamamos "viver". Também te compreendo ainda que, tal como tu, não me importasse de viver na "cobardia". Forcinha :)
Não é assim tão fácil evitar tudo o que pode correr mal e, nesse sentido, é preferível viver picos de felicidade, do que cair definitivamente no abismo da tristeza. :)
Concordo contigo. Acho que devemos tentar sentir a felicidade mais do que sentimos a tristeza, mas nem sempre é fácil e uma abafa a outra...
Felicidade e tristeza não se sentem só no coração, sem dúvida...
(até porque se fosse só no coração aqui a Mam'Zelle nunca sentiria nada ;p)
Tens de dar um pontapé bem dado nas tristezas e abraçar o que de bom a vida te dá! (não tenho alma de poeta, é certo. mas o que conta é a intenção, ok?)
Texto forte... abraço!
Cá eu prefiro muito mais uma vida de emoções fortes do que uma sem emoções algumas =)
Beijinho*
Quando não estamos bem dói até à alma. beijinhos
acho que não daríamos valor aos bons momentos se não existissem também os maus...
inté*
ABracinhoooooooooo
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