segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ainda o mesmo tema...

Epá, vão desculpar-me a insistência no assunto, mas foi um pensamento que me ocorreu no outro dia enquanto lia alguns comentários às notícias da chegada dos refugiados.

Esta história que alguns grupos nos querem vender de que os refugiados são terroristas e de que nos querem matar a todos é extremamente parecida com aquela que há 70 anos atrás ocorreu com os Judeus... uma das propagandas nazis foi, exactamente, tentar convencer o Mundo de que os Judeus faziam parte de uma raça inferior, que roubava a riqueza ariana e que comia meninos ao pequeno-almoço.

Reparem como se tem recorrido ao medo para instigar as pessoas a evitarem o acolhimento destes indivíduos. Infligir-nos medo é uma estratégia muito poderosa! Pensemos quantas vezes as pessoas abandonam os seus princípios por medo? Quantas vezes deixamos que nos desrespeitem a nós ou aos outros por medo de perdermos o emprego, por medo de represálias? Quantas vezes já deixámos de fazer boas acções por medo? Quantas vezes na história se permitiram as maiores atrocidades por medo?

O medo é uma arma muito poderosa.


Vão existir sempre inúmeras razões para não ajudar/acolher refugiados e vão existir também inúmeras razões para ajudar/acolher refugiados. Cada um irá escolher quais os motivos que prefere defender e qual o Mundo em que prefere viver. O medo, infelizmente, sempre permitiu que muitas situações desumanas fossem passivamente toleradas; hoje em dia não é muito diferente. Serão sempre duas forças opostas em acção: os que acreditam conseguir tornar o Mundo melhor, apesar de todos os riscos, e os que preferem jogar pelo seguro... e por si.




Inté*


15 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Absolutamente de a cordo com este texto.
Mas os políticos gostam muito de jogar com o medo.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Anónimo disse...

Os que preferem jogar pelo seguro, não. Os que pensam estar a jogar pelo seguro, movidos pelo medo, ou pela ignorância.
Se o homem, ao menos, soubesse tirar lições da história...

Outro dia mostraram-me um vídeo de um (cantor???) brasileiro, no facebook, que é a coisa mais abjeta que já vi acerca deste assunto. Mas vivemos em democracia, onde até os idiotas radicais têm direito de se manifestar...

Estudante disse...

Silenciosamente ouvindo: é verdade...

esperto que nem um alho: também vi esse vídeo. E tive uma longa discussão por causa do respectivo "artista" :P é preciso ter lata! Ser imigrante em Portugal e ser contra a vinda de outras pessoas para o país que o acolheu... só visto x) a internet veio permitir que muitos parvos pudessem tornar a sua opinião pública. É uma pena.

Onde as Coisas São Feitas disse...

As pessoas movem-se mais pelo medo do que pela razão. Especialmente quando pensam em grupo e não individualmente.
Há espaço suficiente na Europa para receber um elevado número de refugiados, custa-me entender o porquê de não ajudar.

MAG disse...

Cada vez me desiludo mais, tantas pessoas que conheço do meu emprego e da minha vida pessoal que se estão a revoltar porque dizem que temos de cuidar dos nossos primeiro! Para mim um ser humano tem direito de existir e de estar em segurança, independentemente e acima de tudo!

Me, My Shit and I disse...

Ando doente com o q leio na sequência deste tema.
Dúvidas e receios todos temos. E n é o exteriorizar as mm q me incomoda, é a forma alarve e desumana como é feita.
Já estou como um cartoon q vi um dia destes (com o q seria um alien) "humanos vejo muitos...humanidade vejo pouco..."

linda blue disse...

O mal de muita gente é nunca se pôr na situação dos outros; é não se conseguir imaginar; é iludir-se que nunca lhe acontecerá; é supor que os países limítrofes, numa Europa civilizada e confortável, o acolheriam de braços abertos. É agarrar-se a demasiados ses, e deitar, assim, a cabeça na almofada, civilizada e confortável.

Paula disse...

Quero deixar aqui a minha admiração e respeito por alguém que ajudaria o próximo, "nem que para isso passássemos a fazer apenas uma refeição por dia". O mundo seria um lugar melhor se houvesse mais pessoas como tu!
De facto, se temos um prato de sopa a mais para dar a alguém que tem fome,temos "condições" que esse alguém não tem, é tudo.

Estudante disse...

Marlene Cardoso: tens razão ;)

MAG: exactamente!

Me, My Shit and I: um bom cartoon ;)

Linda Blue: é mesmo... é uma grande falta de empatia pelos outros :/

Paula: :)

Maria Amêndoa disse...

Sinceramente, essas teorias da conspiração pouco me afectam. Os países não têm escolha sobre se podem aceitar refugiados ou não. Os tratados internacionais feitos algures no mesozóico obrigam a que os países de UE acolham refugiados, quer gostem quer não gostem. Os governos só podem, quanto muito, acordar o número que recebem. E aqui temos 1 governo que se divide um pouco, mas nem o acho assim tão contra quanto isso - estamos em época de eleições, por isso ainda pode mudar, mas toda a gente que viu a entrevista do Paulo Portas sabe que ele está 100% de acordo com a recepção de refugiados e, outra força gigante no país - é a igreja católica, que já tem feito esclarecer muito bem ter meios próprios para prestar ajuda a mais de 4000 pessoas. Portanto, acho que as vozes venenosas bem podem vir praí dizer que vamos ser inundados de terroristas e vai ser o horror, mas quanto mais cedo se mentalizarem de que vai acontecer melhor, porque vai mesmo acontecer.

Margot disse...

também me faz lembrar quando os portugueses tiveram de voltar das colónias e ninguém os queria cá, porque vinham ocupar espaço e roubar trabalho. se portugal até com os próprios cidadãos faz isso, como é que não o irá fazer com pessoas doutros países?

Leni disse...

A questão é que os portugueses quando foram para fora foi para trabalhar e respeitar a cultura de quem os recebeu. E os muçulmanos? Será que vêem dispostos a trabalhar e a respeitar a nossa cultura e as nossas regras? Ou vão ser como os ciganos, por exemplo, que vivem às nossas custas, desrespeitam constantemente as regras da nossa sociedade...etc (pelo menos os que vivem aqui na minha terra).
Eu tb acho que devemos ajudar, mas tenho algum receio, pois no meio de tanta gente devem haver os mal intencionados e temo pela segurança da nossa Europa.

Estudante disse...

maria_amêndoa: eu acho que vai correr tudo bem ;)

Margot: exacto, bem pensado :P

Moa: eu acho normal que as pessoas fiquem um pouco receosas (até certo ponto), porque foi o que nos ensinaram... que os muçulmanos são todos extremistas e por aí fora. Mas muitos deles são licenciados e maioria são pessoas normais como nós :)

Lia disse...

Eu cá não preciso que propaganda nenhuma me meta medo.... Os proprios muçulmanos não precisam dessa "ajuda", ao fim e ao cabo.. Eles proprios fazem questão disso!
E concordo com a Moa.

Estudante disse...

Lia: acha esse tipo de generalizações muito limitadas :P e injustas, também.