Provavelmente, existirão poucas coisas capazes de nos preencherem tanto como uma viagem. Viajar, ouvir línguas diferentes, ver pessoas diferentes, descobrir novos hábitos, descobrir diferenças em pequenos pormenores... é tão refrescante e libertador!
É certo que hoje em dia, com o acesso que temos às tecnologias, que nos permitem visitar um lugar mesmo antes de o podermos fazer presencialmente, o factor surpresa acaba por ser sempre um pouco atenuado.
Acho que, apesar de todas as vantagens deste nosso Mundo tão informatizado, uma das possíveis desvantagens é que quase nada nos é desconhecido: já ouvimos falar, já vimos na televisão, já vimos fotografias... claro que ver através de um ecrã de computador ou de uma televisão nunca é a mesma coisa do que fazê-lo presencialmente. Mas um dia, eu gostava de experimentar uma surpresa verdadeira, daquelas que provavelmente as pessoas tinham há um século atrás quando, por exemplo, deixavam o interior do país para visitar o litoral; quão extraordinário seria ver o mar pela primeira vez! Esta é uma sensação que nós, provavelmente nunca teremos, pelo menos não na magnitude em que os nossos antepassados a vivenciaram.
Invejo-os por isso... eu queria ter aquela sensação de surpresa que nos rouba um batimento cardíaco ou dois.
Inté*
14 comentários:
Que lindo!
Realmente nunca tinha pensado nisso... Quer dizer, quando ouvimos na TV que há pessoas que nunca viram o mar para mim isso é estranho porque não me lembro da primeira vez que o vi.Mas, lembro-me de quando fui a Londres e vi o Big Ben pensar:"É isto! É sobre isto que as pessoas falam e que se vê em postais, na tv, etc.". Senti qualquer coisa de grandioso perante aquilo que estava diante dos meus olhos.
Verdade, há dias falava com alguém acerca de Barcelona como se conhecesse apesar de nunca ter estado lá.
inté
É verdade, hoje já nada nos surpreende.
Lembro-me do tempo em que a única luz que tínhamos era a do sol, ou do candeeiro a "pitrol" e quando apareceu o primeiro rádio a pilhas, pensava que lá dentro estavam pessoas pequeninas a cantar.
Hoje as novidades entram-nos em direto pela casa dentro o que, a par das coisas boas, a tecnologia faça com que a violência seja tão vulgarizada quanto um jogo de computador.
Olha, se queres viver emoções fortes, mete os dedos na tomada. eheheheh
Por outro lado, toda esta informação e imagem permite ás pessoas que não podem viajar conhecer todos os lugares sem sairem de casa. São duas perspetivas diferentes :)
Sinto-me tão completa a viajar!!
Ainda há muita coisa capaz de nos surpreender, mas não é do foro cultural. Será emocional.
Eu sinto isso de cada vez que vou a um novo museu (cá dentro ou lá fora) e vejo uma obra de um dos meus artistas favoritos pela primeira vez :)
Isso é muito acertado. Felizmente ainda vou conhecendo coisas novas que nunca tinha visto antes e, por isso, essa sensação mantém-se. Mas é cada vez mais difícil!
Isso é quase uma utopia então.
Pink Stuff: é mesmo essa a sensação ;)
Tétisq: :)
Homem do Leme: a tua descrição do rádio :D Ahaha! Não vou meter os meus dedos na tomada :P
Gaja Maria: também é verdade ;)
S*: :D é tão bom!
Jedi Master Atomic: sim, nesse campo, ainda temos muitas surpresas ;)
Agridoce: :D sim!
M::)
SuperSónica: é quase :) mas de certeza que ainda temos muitas coisas por descobrir!
Concordo com o teu belíssimo texto, mas há sempre sensações que recordamos de alguns locais, porque lá estivemos e não há imagem que consiga exprimir o que se sente. Aconteceu-me em Borobudur, na Indonésia, quando subi o templo para ver o nascer do sol e o vulcão merapi! Vi antes as imagens, mas nunca fizeram justiça ao que efectivamente senti.
Esmy: sim, tens razão :)
Felizmente ainda vou tendo esses rasgos de emoção. Até com coisas que à partida são simples...
No entanto, tens toda a razão no que falas sobre viajar!!
Teresa: isso é óptimo ;)
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