sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Leituras

Este Verão consegui (felizmente!), ler bastante. Eu adoro ler, sempre adorei e acho que é uma bênção gostar de uma actividade que se pode fazer em quase todo o lado e que, ainda por cima, pode ser totalmente grátis se tivermos uma biblioteca por perto.

Dois dos livros que li foram O Homem de Constantinopla e Um Milionário em Lisboa, do José Rodrigues dos Santos. De todos os livros que li deste autor, estes são, até ao momento, os meus favoritos. Baseados na vida de Calouste Gulbenkian, dão-nos uma perspectiva muito interessante do Mundo dos finais do séc. XIX e início do séc. XX. Além disso, abordam também a história do Genocídio Arménio em 1915. Confesso que desconhecia esta passagem tão negra da nossa história. Geralmente, o Genocídio que ocorreu durante a II Guerra Mundial ocupa as nossas mentes como o mais importante massacre de sempre e, mais grave, como o último. Pensamos ingenuamente que, após o extermínio levado a cabo pelos nazis, o Mundo aprendeu a lição e que nunca mais algo de semelhante pode acontecer novamente. Mas será mesmo assim?...

Quando li a história do Genocídio Arménio durante a Primeira Guerra Mundial, percebi como no nosso Mundo os cenários de guerra, de maldade e de catástrofe tendem a repetir-se. Se de facto aprendêssemos alguma coisa com os nossos erros e com o sofrimento Humano, o massacre do povo Arménio pelos Turcos teriam impedido o Holocausto, que aconteceu, imaginem só, menos de 30 anos depois! Incrível, não é?

Será que o nosso Mundo está a salvo de outra maluqueira como a que aconteceu sob as ordens de Hitler?... E não será que temos tendência a subvalorizar certos acontecimentos (como a guerra na Síria, por exemplo) por pensarmos que o auge da maldade foi o Genocídio da Segunda Guerra Mundial? Eu acredito que, por vezes, caímos nesse erro.



Inté*


10 comentários:

Sofia disse...

Ai, eu adorava conseguir ler em todo o lado, mas só consigo no silêncio do meu quarto. Basta um ruídinho para estragar tudo. :/

Quando estava no curso de Direito, uma professora minha estava constantemente a dizer que tínhamos de ter cuidado para não repetir a História. Acho que ela era da opinião de que, com tanto preconceito contra os refugiados, ainda vamos ter uma terceira guerra Mundial. No entanto, ainda não se tinha o novo Hitler, ainda não havia as pérolas do Trump. Imagino o que teria ela a dizer, agora.

Anónimo disse...

Também gosto muito de ler. Tenho pena de não ter mais tempo para o fazer...
Tenho bastante receio deste Trump se tornar numa figura negativa da História...

Lápis Roído disse...

Li os dois na altura em que saíram e, como sempre acontece com os livros do JRS, fiquei mais rico em termos culturais. Desconhecia a importância de Gulbenkian (e a sua personalidade chanfrada :P) e desconhecia também o genocídio arménio. Ups, é preciso cuidado, porque os Turcos não gostam que se diga isso. Questionei até o autor do porquê do desconhecimento geral em relação a este facto histórico. Ele respondeu que tudo se devia a um menor poder dos arménios para dar conta da sua história, ao contrário do que aconteceu com os judeus. Se o massacre dos arménios às mãos dos turcos tivesse sido difundido como devia, teriam os planos maquiavélicos de Hitler sofrido um revés? Teriam alguma vez saído do papel ou teriam sequer sido pensados por ele? Nunca saberemos a resposta. A História seguiu o seu curso e entretanto já aconteceram coisas semelhantes no Ruanda e no Darfur (actual Sudão do Sul) não há muito tempo. A maldade humana não tem conhecido limites e não sei se alguma vez nos veremos livres destas matanças cíclicas.

Anónimo disse...

E quando se trata de povos do terceiro mundo, parece que se torna mais fácil subvalorizarmos.
O atentado terrorista no Paquistão ou no Quénia, nunca terá para o mundo ocidental a mesma importância que os atentados do metro de Londres ou de Paris, ainda que o número de vítimas seja dezenas de vezes maior.
Ia falar no Ruanda, mas o Lápis Roído tirou-me as palavras dos dedos (lol).A lista de atrocidades que são cometidas logo ali, do outro lado do Mediterrâneo, deviam envergonhar a Europa da senhora Merkel. Em vez disso, é a direita extremista neonazi que ganha força e se prepara para dar o golpe final nesta espécie de democracia dos corruptos.
E queria eu viver até aos 500 anos... :/

Andreia Morais disse...

Partilho esse gosto pela leitura :)
Nunca li os livros que mencionaste, mas tenho imensa curiosidade!
Às vezes também acho que caímos nesse erro

Estudante disse...

Sofia: o Trump é um bom candidato a novo Hitler, sem dúvida :/ que medo!

Teresa: já somos duas, nos dois aspectos!...

Lápis Roído: O Gulbenkian era cá um personagem ahah :D mas super inteligente! É um bocado assustador pensarmos que não estamos protegidos contra os actos de maldade de algumas pessoas... :\

Zé do Pipo: sem dúvida. Acho que ainda somos educados, mesmo que de forma involuntária, a desprezar os países que não pertencem ao Ocidente... é quase uma característica da educação europeia. E é triste.

Andreia Morais: valem a pena ;)

♥Cat disse...

Ainda não li nenhum dos dois porque confesso que não sou fã do José Rodrigues dos Santos. Mas como só li ainda um livro dele acho que lhe hei-de dar mais uma hipótese um dia destes...

Estudante disse...

Cat: um dia destes, dás-lhe uma nova oportunidade :)

Unknown disse...

Ainda bem que conseguiste ler aquilo que te quiseste propor a ler,eu há já algum tempo que não toco num livro,tenho que ganhar um tempo na minha agenda para me dedicar à leitura novamente!! Muito obrigada pela tua visita no meu blogue,eu não tenho actores nem actrizes preferidas,pois cada um faz o seu papel em cada filme e pode haver filmes onde gosto mais de alguns actores,pode haver outros com os mesmos actores e eu já não goste dos papéis deles,enfim,daí não ter ninguém preferido!!

Estudante disse...

Sandra: ler é tão bom :D também há períodos em que não conseguido ler nada de jeito... ora, acho que não é obrigatório termos actores/actrizes favoritos ;)